Crise Financeira

Há crises financeiras que se relacionam com aspectos da nossa personalidade e com o nosso modo de agir na vida. Por isso, em tempos de dificuldade, além de cortar e reduzir gastos, é importante observar se há padrões de comportamento que levam a fracassos, perdas, escassez e repetição de situações.

Algumas dessas atitudes envolvem identificar e transformar ideias, crenças, conceitos e comportamentos que dificultam a geração e o recebimento do dinheiro.

Criamos nossa realidade por meio de nossas ações. E essas ações são guiadas por nossas crenças, pontos de vista e formas de ser. Se você acredita, por exemplo, que o dinheiro é algo sujo ou mundano, útil apenas para pagar contas, comer e ter um teto, talvez enfrente dificuldades para ganhá-lo e mantê-lo.

Para apoiar sua auto-observação, proponho algumas perguntas:

Como é o seu comportamento em relação ao dinheiro? Você se deixa influenciar com facilidade por propagandas, conversas ou opiniões de terceiros? Quantas vezes, após uma compra, você já se pegou perguntando o porquê ou para quê comprou aquilo?

Você já parou para observar como emprega seu dinheiro? Gasta com culpa ou com prazer? Prefere aproveitar liquidações para adquirir coisas baratas — mas que nem gosta tanto, e talvez nem use — ou escolhe economizar para comprar algo que realmente ama? Você valoriza o que compra?

Dinheiro é algo importante para todos nós. Dependemos dele para quase tudo. No entanto, ele é mais do que um simples meio de pagamento. Dinheiro também representa valor — no sentido de apreço, afeto, reconhecimento e estima. Quando o enxergamos como um veículo para adquirir aquilo que consideramos importante, legítimo e valioso, abrimos um caminho interno para a prosperidade.

É muito mais fácil obter, manter e multiplicar aquilo que valorizamos do que conservar o que não tem importância para nós.

Fazer bom uso do valor simbólico do dinheiro é também uma forma de celebrar aquilo que se está adquirindo. Muitas vezes, compramos por impulso, por estar em promoção, por influência de uma propaganda ou insistência de um vendedor. Aliás, muitas pessoas passam por isso em relação a roupas. Quem nunca teve no armário uma peça — calça, vestido ou blusa — que nunca foi usada?

Comprar por comprar não é uma atitude próspera. Desperdício não combina com prosperidade.

E como o dinheiro representa valor, quanto mais o valorizamos, mais favorecemos seu fluxo em nossas vidas.

Pense nisso.

Vera Bastos